Se o mundo decidisse que o dinheiro é
a causa de todos os males da humanidade e a moeda fosse eliminada, iríamos
concluir que este seria bem mais difícil sem ele.
O escambo, a forma mais antiga de comércio, que se baseia na
troca de mercadorias por mercadorias, é um meio trabalhoso e demorado na medida
em que pressupõe sempre uma dupla coincidência de desejos. Por exemplo, um
indivíduo que fabrique remédios e precise de comprar arroz, tem de ter sorte em
encontrar um agricultor de arroz doente que precise da sua mercadoria.
Para muitos, acabar com a moeda seria
voltar atrás no tempo: “Passaríamos mais tempo a tentar satisfazer a dupla
coincidência de desejos do que a produzir e dessa forma o PIB da Economia seria
drasticamente reduzido” – Alexandre Schwartsman.
Num mundo onde era preciso existir trocas
que garantissem a sobrevivência, não havia tempo para produzir bens
sofisticados, como ciência ou cultura. Se a população se mantivesse firme no propósito de não voltar a usar
nenhuma moeda comum de troca, o comércio entraria em colapso.
As cidades, que são os centros mais intensos de troca na economia,
seriam abandonadas e as pessoas migrariam para o campo, para viver em pequenos
grupos autossuficientes. Aos poucos, a civilização que conhecemos deixaria de
existir e viveríamos uma nova versão da Idade Média.
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